Regência de orquestra – comunicação gestual

A regência é a arte de dirigir uma performance musical, como um concerto orquestral ou coral. Foi definida como “a arte de dirigir a performance simultânea de vários instrumentistas e/ou cantores pelo uso de gestos”. Os deveres primários do maestro são interpretar a partitura criada por um compositor de uma maneira que reflita as indicações específicas dentro daquela partitura, ajustar o andamento, assegurar entradas corretas por vários membros do conjunto, e “moldar” o fraseado, quando apropriado.

Para transmitir suas ideias e interpretações, os maestros se comunicam com seus músicos principalmente por meio de gestos manuais. Normalmente, embora não invariavelmente, utilizam o auxílio de uma batuta, e podem usar outros gestos ou sinais, como contato visual com músicoss relevantes. As instruções de um regente serão quase sempre complementadas ou reforçadas por instruções verbais ou sugestões para seus músicos, no ensaio antes de uma apresentação.

TÉCNICA

Reger requer uma compreensão dos elementos da expressão musical (tempo , dinâmica, articulação e textura, dentre outros) e a capacidade de comunicá-los efetivamente a um conjunto. A capacidade de comunicar nuances de fraseado e expressão através de gestos também é benéfica. Os gestos de regência são preferencialmente preparados de antemão pelo maestro, enquanto estuda a partitura, mas às vezes podem ser espontâneos.

O elemento técnico essencial na regência é um impulso realizado, em geral, um tempo antes da música começar ou terminar. Serve para dar clareza às diversas entradas, cortes, saídas de fermatas, acentuações, dentre outras aplicações.

Algumas vezes é feita uma distinção entre a regência orquestral e a regência coral. Normalmente, os regentes orquestrais usam uma batuta com mais frequência do que os regentes de corais. Como muitos músicos de uma grande orquestra ficam muito distantes do regente a batuta melhora a visibilidade dos gestos. Entretanto, muitos regentes de orquestra se notabilizaram por não utilizar batutas.

MOMENTO INICIAL

No início de uma peça de música, o maestro levanta as mãos (ou mão, se ele usar apenas uma mão) para indicar que a peça está prestes a começar. Esse é um sinal para os membros da orquestra prepararem seus instrumentos para serem tocados ou para os coristas estarem prontos e atentos. O maestro olha então para as diferentes seções da orquestra (sopros, cordas, etc.) ou coral para garantir que todos os membros estejam prontos para tocar e cantar. Um movimento dos braços do regente (impulso), equivalente a uma inspiração na respiração, indica o momento do início da performance pelo grupo.

DINÂMICA

A dinâmica é indicada de várias maneiras. Pode ser comunicada pelo tamanho dos movimentos de regência, formas maiores representando sons mais fortes. Alterações na dinâmica podem ser sinalizadas com a mão que não está sendo usada para indicar a marcação do compasso: um movimento (geralmente) para cima indica um crescendo; um movimento descendente (geralmente na palma da mão) indica um diminuendo. Alterar o tamanho dos movimentos de regência, frequentemente resulta em mudanças no caráter da música, dependendo das circunstâncias.

A dinâmica pode ser ajustada usando vários gestos: mostrar a palma da mão para os músicos ou afastar-se deles pode demonstrar uma diminuição no volume. Para ajustar o equilíbrio geral dos vários instrumentos ou vozes, esses sinais podem ser combinados ou direcionados para uma seção ou músico em particular.

ENTRADAS

A indicação de entradas, quando um músico ou seção deve começar a tocar (muitas vezes depois de um longo período de pausa), é chamado de entrada. Um gesto sugestivo deve prever com precisão o momento exato do próximo ictus, de modo que todos os músicos ou cantores afetados pela sugestão possam começar a tocar simultaneamente.

A entrada é mais importante para casos em que um músico ou seção não está tocando há muito tempo. Também é útil no caso de um ponto de pedal, com músicos de cordas, quando uma seção estiver tocando o ponto do pedal por um longo período; uma sugestão é importante para indicar quando devem mudar para uma nova nota. A entrada é obtida “engajando” os músicos antes do início de sua performance (olhando para eles) e executando um gesto claro de preparação, geralmente direcionado para os músicos específicos.

OUTROS ELEMENTOS MUSICAIS

A articulação pode ser indicada pelo caráter do ictus, variando de curto e acentuado para staccato, a longo e fluido para legato. Muitos regentes mudam a tensão das mãos: músculos tensos e movimentos rígidos podem corresponder a marcato, enquanto mãos relaxadas e movimentos suaves podem corresponder a legato ou espressivo.

A frase pode ser indicada por arcos aéreos largos ou por um movimento suave da mão para frente ou para os lados. Uma nota mantida é frequentemente indicada por uma mão estendida com a palma para cima. O final de uma nota, chamado de corte, pode ser indicado por um movimento circular, o fechamento da palma da mão ou o aperto do dedo indicador e do polegar. Um corte é geralmente precedido por uma preparação e concluída com uma quietude completa.

Os maestros pretendem manter o contato visual com o conjunto o máximo possível, incentivando o contato visual e aumentando o diálogo entre os músicos/cantores e o maestro. Expressões faciais também podem ser importantes para demonstrar o caráter da música ou encorajar os músicos.

Em alguns casos, como onde houve pouco tempo de ensaio para preparar uma peça, um maestro pode indicar discretamente como os compassos serão marcados imediatamente antes do início do movimento, segurando os dedos na frente do peito (assim somente os músicos podem ver).

Orquestras Sinfônicas – conheça as melhores

No mundo todo há Orquestras Sinfônicas de altíssimo nível de qualidade e excelência na execução de sons de diversas escolas musicais. Recentemente, o tradicional selo britânico, Gramophone, começou a montar um ranking para classificar as melhores Orquestras Sinfônicas do mundo.

Nos critérios do ranking mundial está a qualidade individual dos músicos, a história da orquestra, a sonoridade das execuções, a qualidade da regência e dos arranjos realizados pelo grupo, entre outros fatores.

Orquestras dedicadas a executar apenas músicas de determinada escola – como orquestras clássicas ou exclusivamente contemporâneas – não foram consideradas para estar no ranking. Neste texto, você irá conhecer as melhores Orquestras Sinfônicas do mundo. Confira!

Royal Concertgebouw Orchestra – Holanda

Imagine uma orquestra com 120 anos de história, mas que tenha tido apenas 60 maestros ao longo de todo esse tempo. Essa é a Orquestra Sinfônica Real Holandesa, sediada em Amsterdã. Durante sua história, a Orquestra já realizou mais de 1000 apresentações em dezenas de países em todo o planeta. Os vídeos da RCO no YouTube também são um verdadeiro sucesso.

Orquestra Filarmônica de Berlim – Alemanha

Essa célebre Orquestra Sinfônica, fundada em 1882, possui uma história riquíssima e dezenas de prêmios internacionais em seu currículo. Resistindo às duas guerras mundiais vividas intensamente pela Alemanha, a Filarmônica de Berlim é referência em regência, qualidade sonora e habilidades musicais de seus integrantes.

Orquestra Filarmônica de Viena – Áustria

Terra natal de alguns dos maiores compositores de música clássica do mundo, a Áustria também é a sede da Orquestra Filarmônica de Viena, tradicional grupo de músicos, formado em 1842. Tradicionalmente, fazem o concerto de ano novo de Viena, desde 1941.

Um dos destaques dessa orquestra é o seu concorrido e intenso processo seletivo: para fazer parte dos integrantes da Filarmônica de Viena, o musicista pode passar por um processo de até 3 anos.

Orquestra Sinfônica de Londres – Grã-Bretanha

A Sinfônica de Londres tem mais de 100 anos de história, fundada em 1904. Além de também ter sobrevivido às Guerras Mundiais de forma ativa, a Orquestra é consagrada com a execução de trilhas sonoras de alguns dos filmes mais famosos do mundo: Indiana Jones, Harry Potter, Star Wars, entre outros.

Orquestra Sinfônica de Chicago – Estados Unidos

A melhor Orquestra Sinfônica posicionada fora do continente europeu fica nos Estados Unidos, em Chicago. Tradicionalíssima, a Sinfônica de Chicago se apresenta desde 1897, com a gravação de mais de 900 discos. Em seu line-up já passaram musicistas consagrados e maestros célebres, como Richard Strauss, John Williams, entre outros.

Orquestra Sinfônica da Rádio Bavária – Alemanha

Essa orquestra é a mais jovem das mencionadas até o momento, fundada em 1949. Outra peculiaridade dessa sinfônica é o fato de ser uma orquestra de rádio, e não de câmara. BRSO (sigla em alemão) também se apresenta ao vivo, mas seu trabalho principal é servir à emissora Bavaria.

Gostou? Acesse o site da Sociedade Artística Brasileira SABRA e conheça mais sobre música e arte.

Coro – O que é?

Significado, conceito e definição.

Você com certeza já ouviu/viu, um coral ao longo de sua vida. Mas você sabe, exatamente, o que define um coro? Não? Descubra mais neste texto!

Um coro é um conjunto musical de cantores. A música coral, por sua vez, é a música escrita especificamente para tal grupo. Os coros podem executar músicas do repertório de música clássica, que vai da era medieval ao presente, ou repertório de música popular. A maioria dos coros é liderada por um maestro, que rege as apresentações com gestos de braço e rosto.

Um grupo de cantores que atuam juntos, como um grupo, é chamado de coral ou coro. O primeiro mandato é, muitas vezes, aplicado a grupos afiliados a uma igreja e o segundo a grupos que atuam em teatros ou salas de concerto, mas essa distinção está longe de ser rígida.

Os coros podem cantar sem acompanhamento instrumental, com o acompanhamento de um piano ou órgão de tubos, com um pequeno conjunto (por exemplo, cravo, violoncelo e contrabaixo para uma peça barroca), ou com uma orquestra completa de 70 a 100 músicos.

O termo “coro” tem a definição secundária de um subconjunto de um conjunto. Por exemplo, refere-se ao “coro de sopro de madeira” de uma orquestra, ou de diferentes “coros” de vozes ou instrumentos numa composição policoral.

Em conservatórios e missas, típicos dos séculos XVIII e XIX, o coro ou coral era geralmente entendido como a implicação de mais de um cantor em um conjunto, em contraste com o quarteto de solistas também apresentados nesses trabalhos.

Coro e sua estrutura

Os coros geralmente são conduzidos por um maestro ou maestrina de coro. Na maioria das vezes coros consistem em quatro seções destinadas a cantar em harmonia, mas não há limite para o número de partes possíveis, desde que haja um cantor disponível para cantar aquela parte.

Thomas Tallis escreveu um moteto de 40 partes intitulado Spem in alium, para oito coros de cinco partes cada; O Stabat Mater, de Krzysztof Penderecki, é para três coros de 16 vozes cada, num total de 48 partes. Além de quatro, o número mais comum de peças são três, cinco, seis e oito.

Os coros podem cantar com ou sem acompanhamento instrumental. Cantar sem acompanhamento é chamado de canto acappella (embora a American Choral Directors Association desencoraje esse uso em favor de “desacompanhados”, já que acappella denota cantar “como na capela” e muita música desacompanhada hoje é secular).

Os instrumentos de acompanhamento variam amplamente, desde um único instrumento (um piano ou órgão de tubos) até uma orquestra completa de 70 a 100 músicos; para os ensaios, costuma-se usar um acompanhamento de piano ou órgão, mesmo que esteja prevista uma instrumentação diferente para a performance, ou se o coral estiver ensaiando música não acompanhada.

Muitos coros apresentam-se em locais como igrejas, óperas ou até escolas municipais. Em alguns casos, os coros se unem para se tornar um coro “em massa” que se apresenta para um concerto especial. Nesse caso, eles fornecem uma série de músicas ou obras musicais para celebrar e proporcionar entretenimento aos outros.

Tipos de Coral

Você conhece os diferentes tipos de coral?

Que um coral é um grupo de pessoas que cantam em harmonia, nós sabemos. No entanto, de que forma esses grupos são organizados ou categorizados? Existem diferentes tipos de coro ou apenas um? Quer saber a resposta? Continue a leitura.

Existem diversos tipos de corais, entre eles estão:

– Profissional:

Na maior parte dos casos, são corais oficiais, vinculados à instituições públicas ou à Secretaria de Cultura do estado/cidade. Costumam apresentar músicas clássicas e os músicos são profissionais e remunerados.

– Coros oficiais:

Consiste em grupos amadores, nos quais apenas o regente e o músico acompanhante são profissionais e, portanto, remunerados. Os participantes são voluntários, o que não impede que sejam músicos (com formação).

– Universitário:

Formados pelas próprias instituições de ensino, normalmente, não são vinculados ao departamento musical das universidades e, sim, às reitorias, atuando como um coral comunitário. Todos os integrantes são da própria instituição ou comunidade. Esses grupos são uma das modalidades mais antigas de coros.

– Igreja:

Sem dúvidas o mais antigo tipo de coro e responsável pelo desenvolvimento de boa parte dos corais. Comumente formado por músicos religiosos, apresentam um repertório de alta qualidade com foco na música sacra. Giovanni Pierluigi da Palestrina e Johann Sebastian Bach compuseram para corais de igreja.

– Empresarial:

São grupos formados por funcionários e parceiros dos mais diversos segmentos empresariais. As empresas investem na qualidade de vida de seus funcionários e, em troca, obtêm o retorno artístico. Nos EUA e Europa, essa prática é muito mais comum do que no Brasil e, inclusive, existem ótimos coros. Os regentes desses grupos obtêm ótimas remunerações.

– Faixa etária:

São grupos categorizados pela idade e servem mais como uma atividade de interação social do que um trabalho estritamente musical. Existem corais infantis, jovens, adultos e seniores. Esses grupos tiveram um aumento nas participações em festivais e encontros, desde 1990.

– Gênero:

Da mesma forma que acontece com a faixa etária, nesses grupos, os corais são organizados por gênero, masculino ou feminino. Esses coros costumam apresentar-se a três vozes (SMA e TBBx), com repertório clássico e de qualidade.

– Meninos cantores:

Essa é uma modalidade quase extinta dos corais, composto apenas por homens e meninos, em sua maioria, vinculados à Igreja Católica. Os meninos eram responsáveis pelo soprano e alto e os homens, o tenor e baixo. Muitas músicas foram compostas para esse tipo de coro. O coro da Pontifícia Capela Musical Sistina é um dos últimos coros existentes e fica no Vaticano.

– Etnia:

Grupos organizados pela questão étnica. Costumam executar repertório folclórico e local, sempre com muita qualidade. Alguns desses grupos, como alguns existentes na África produzem seu próprio repertório e, inclusive, fazem turnês pelo mundo todo. Os regentes são remunerados e os integrantes são responsáveis pela manutenção do grupo.

– Independentes:

Como o próprio nome já sugere, esses corais independentes são mantidos pelos próprios grupos e apresentam um repertório variado, do clássico ao moderno, de todos os estilos. Esses coros se mantêm com a participação de músicos profissionais e não profissionais e são, comumente, classificados como organizações não governamentais e sem fins lucrativos.

Música para Todos promove concerto gratuito em Betim

Orquestra Sinfônica de Betim se apresenta no domingo em projeto de valorização da música erudita
 
A Orquestra Sinfônica de Betim se apresenta neste domingo, 02/09, às 10h30, no bairro Bueno Franco, em Betim, dentro da programação do Música para Todos. O projeto promove concertos itinerantes nos bairros da cidade com o objetivo de popularizar o acesso à música erudita. A entrada é franca.

Conduzida pelo maestro Márcio Miranda Pontes, a Orquestra Sinfônica de Betim é um projeto da SABRA (Sociedade Artística Brasileira) e conta com patrocínio da SADA Transportes e do Instituto Unimed-BH por meio do incentivo fiscal de mais de 4700 médicos cooperados e colaboradores. A iniciativa visa oferecer uma continuidade nos estudos musicais aos jovens de Betim e região e estimula, ainda, a profissionalização na música por meio de bolsas de estudos e do curso gratuito de Musicalização Infantil.

SADA Transportes

A SADA Transportes tem uma preocupação social junto à comunidade que a circunda e por essa razão promove algumas ações como:
– Contribuir continuamente com a Fundação Medioli, entidade assistencial destinada ao apoio à criança carente, a idosos e a portadores de algumas deficiências;
– Parceria junto a Rede Fiat de Cidadania – O Programa Árvore da Vida;
– Promove e incentiva o esporte e a cultura através de patrocínios de equipe de voleibol, outros esportes e ações culturais.
 
Instituto Unimed-BH

Associação sem fins lucrativos, há 15 anos o Instituto Unimed-BH contribui com o desenvolvimento social em localidades em que a Unimed-BH está presente. Para isso, desenvolve cinco grandes programas: Comunidade, Meio ambiente, Voluntariado, Adoção de espaços públicos e Cultura. Saiba mais em (www.institutounimedbh.com.br)

Sociedade Artística Brasileira SABRA

Fundada em 2013, a Sociedade Artística Brasileira SABRA é uma associação civil, sem fins lucrativos, com sede em Betim – MG. Tem como missão promover a inclusão social, de forma gratuita e continuada, por meio de ações culturais, sociais e educativas, disponibilizando capacitação, acesso e integração ao mundo do trabalho.

Serviço
 
Apresentação da Orquestra Sinfônica de Betim no projeto Música para Todos
Data: 02/09, domingo
Horário: 10h30
Local: Praça do Bueno Franco, Rua Antônio Rodrigues Campos, 237
Entrada Franca

Textos fundamentais


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Como é feita a classificação de vozes no coral?

O processo de hierarquia por meio de categorização sempre constituiu uma parte essencial de nosso progresso social, por causa de sua funcionalidade mensurável. A categorização vocal não foi exceção, mas dado que todas as vozes cantadas são únicas – o equivalente musical de impressões digitais – qualquer tentativa de ajustá-las ordenadamente em categorias deve gerar uma justificativa clara de como isso pode beneficiar a arte, bem como o intérprete.

História da classificação das vozes

Historicamente, vários modelos de classificação de voz foram desenvolvidos para acompanhar as demandas de um repertório rico e em constante expansão. Na ópera, por exemplo, a categoria mezzo-soprano surgiu em meados do século XVIII, tanto na Itália quanto na França, porque os compositores começaram a escrever trechos ornamentais mais elevados, o que impulsionou a tessitura vocal em geral; isso desencadeou a necessidade de diferenciar entre os cantores que poderiam sustentar essa tessitura e os que não podiam.

Essa necessidade também gerou um notável debate sobre a classificação, já que está registrado que certos cantores insistiram em manter seu rótulo de soprano, apesar de ter que pedir aos compositores e orquestras para emendar, ou transpor, a música de acordo com suas vozes mais graves.

O desenvolvimento do sistema de classificação de voz que se seguiu foi baseado em características “fisiológicas”, características de cada voz. Como: alcance, tessitura preferida, flexibilidade e volume.

Sistema Fach

Outro modelo de classificação é o sistema Fach, que agrupa papéis de características semelhantes (caráter e vocal) – isso está sujeito a ‘gostos’ sócio-temporais. A utilidade das muitas subcategorias do sistema Fach tem sido debatida, e aquelas que ainda estão em uso são, sem dúvida, consideradas mais úteis para cantores. No entanto, como todas as vozes existem em um ‘continuum’, outras subdivisões sempre podem ser propostas.

Atualmente, a classificação vocal desempenha um papel crucial no desenvolvimento e progresso dos cantores, seja para uma carreira solo ou como parte de um coro. Uma das principais razões para a importância da classificação é que, independente do repertório, o canto é basicamente o conforto vocal.

A identificação precisa do tipo de voz, juntamente com uma técnica vocal confiável. Isso permite que o cantor represente livremente um personagem ou se concentre em transmitir o significado da música.

A classificação pressupõe um grau de autoconhecimento vocal – não apenas do alcance, mas da tessitura mais confortável. Essa é uma distinção importante a ser feita, pois quanto mais treinada é uma voz, mais provável é que ela tenha se expandido ao alcance e, ainda assim, a tessitura central continuará.

Mas não importa quão impressionante sejam as características das vozes, elas não definem sua categoria. A principal distinção entre os tipos de voz é feita observando a tessitura preferida do cantor, sua flexibilidade e seu timbre vocal.

A questão da tessitura preferida também é importante no repertório coral, onde a escrita para cada tipo de voz requer a manutenção de uma tessitura em um registro particular, por longos períodos de tempo.

Sopranos com vozes mais pesadas podem não ser adequados para a seção de soprano em um coro, já que seu registro mais confortável está sob o segundo passaggio, no qual a maioria da música coral é escrita. Além disso, suas vozes podem não se misturar tão facilmente nesse registro.

Devemos pensar na evolução e no desenvolvimento da voz e da classificação de papéis como uma construção torcida e baseada nas necessidades, em vez de um sistema ordenado e bem pensado, como às vezes é apresentado. Isso encorajaria todos nós a pensar mais criativamente sobre nossas próprias capacidades vocais, e aceitar o fato de que algumas vozes se encaixam mais nitidamente em categorias do que outras.

Como cada voz é específica do indivíduo, qualquer categorização sistemática de tipos de voz gerará inevitavelmente elementos excepcionais. Se a arte deve ser servida, então precisamos ter a mente aberta sobre a maneira pela qual essas exceções podem ser incluídas e ouvidas.