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RESTAURO EMERGENCIAL DO

SOLAR DOS AYRIZES

em Campos dos Goytacazes – RJ

CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

   

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Sociedade Artística Brasileira SABRA

1.        INTRODUÇÃO

Conforme nos descreve o portal ipatrimonio.org(http://www.ipatrimonio.org/campos-dos-goytacazes-solar-dos-airizes):

“[Construído no século XIX e] Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1940, o Solar dos Airizes foi residência de Alberto Lamego, um dos nomes mais conhecidos de Campos dos Goytacazes.[…]

Possui dois pavimentos de mesmas áreas, onde o primeiro é um porão alto e o segundo a parte habitável. Sua planta tem formato de “U”; sua fachada é distribuída simetricamente e tem extensão de 45 m; possui inspiração neoclássica e não possui muitos adornos decorativos, o que a faz possuir uma arquitetura “sóbria e equilibrada” (LAMEGO, 1945, p. 132).

A fachada principal possui cinco grandes janelas em arco pleno com raios em madeira e três estreitas sacadas com grades de ferro. As demais fachadas seguem um mesmo padrão de abertura com vergas retas. Seu sistema construtivo é de alvenaria autoportante de adobe ou tijolos cerâmicos maciços e madeira. Possui telhado cerâmico com acabamento de cimalha com quatro águas em seu corpo principal e, nas demais partes, uma possui duas e a outra, uma água (CHAGAS, 2010; INEPAC, 2004).”

Embora dotado de proteção federal, o imóvel passou por décadas de abandono, que resultaram em severo comprometimento estrutural já verificado pelo próprio IPHAN, conforme registrado em diversas peças no processo de fiscalização SEI nº 01500.002188/2016-28. Tal nível de degradação culminou mais recentemente no arruinamento de partes da construção, tais como as fachadas de fundos das alas esquerda e direita do Solar, bem como de ao menos uma de suas esquadrias frontais.

Com o quadro atual, verifica-se que a desejada restauração deste bem tombado, com a sua recuperação estrutural e adequação de seus espaços a um uso contemporâneo que viabilize sua conservação, deverá passar, inicialmente, pela elaboração de um projeto completo de restauração, que irá levantar e analisar a construção, com suas patologias e potenciais, para só então propor intervenções para remediar os problemas encontrados e revitalizar o prédio para um novo uso. Entretanto, em função do grave estado de conservação que impõe ao prédio o risco permanente arruinamento, mesmo que parcial, faz- se necessária a realização, antes mesmo da etapa de elaboração de um projeto de restauração, de serviços de proteção da edificação e de escoramento e estabilização de sua estrutura.

Dessa maneira, a composição desse caderno tem por objetivo principal estabelecer um rol mínimo de serviços a serem realizados, em caráter emergencial, no Solar dos Ayrizes. Entende-se tais serviços como enquadrados, na Portaria IPHAN nº 420/2010, como Reforma Simplificada. A presente especificação emergencial foi elaborada tendo como base a orientação técnica do arquiteto Felipe Borel, sendo em seguida apresentada e aprovada pelo IPHAN de acordo com “PARECER TÉCNICO N.º 38/2022/ETRL-RJ/IPHAN-RJ”

Para caracterização dos partícipes de todo o processo de intervenção no bem tombado, este caderno adotará as seguintes nomenclaturas:

  • FISCALIZAÇÃO: Compreende as instituições que detém a propriedade (Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes) e a tutela (IPHAN) do objeto da intervenção e que, por tais relações com o mesmo, se constituem como responsáveis pela fiscalização do andamento e qualidade dos procedimentos a serem executados;
  • GERENCIAMENTO: Trata-se da Sociedade Artística Brasileira SABRA instituição proponente do projeto e responsável pela coordenação das atividades previstas no Plano de Intervenção aprovado pelo IPHAN, de acordo com o Termo de Parceira celebrado com a Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes;
  • EXECUTANTE: Pessoa física ou jurídica contratada para realizar um ou mais serviços previstos no escopo de atividades do Plano de Intervenção.

2.       ESCOPO DE ATIVIDADES E SERVIÇOS

  1. Instalações provisórias (canteiro, galpões/depósitos, tapumes, placas, instalações hidrossanitárias temporárias e elétricas temporárias)
    • Instalação de dependências de canteiro: Caberá ao GERENCIAMENTO – após definido, em consenso com a FISCALIZAÇÃO – disponibilizar e indicar à EXECUTANTE local para implantação do canteiro e alojamento para pessoal de serviço. A EXECUTANTE deverá apresentar junto com a proposta técnica um esquema do canteiro, com localização e dimensionamento dos equipamentos que irá instalar, bem como áreas de armazenamento externo e circulação. O GERENCIAMENTO indicará os pontos de captação de água e força, que deverão ser interligados até o local do canteiro por conta da Ao final dos serviços, o canteiro deverá ser desmontado, a pavimentação recuperada e o local entregue limpo e desimpedido.

O Canteiro e suas instalações serão executados conforme as posturas municipais e as normas de higiene, segurança e medicina do trabalho. O Canteiro deverá dispor de todas as acomodações para os técnicos, inclusive a FISCALIZAÇÃO, pessoal de apoio, operários, guarda de materiais, equipamentos, máquinas e ferramentas necessárias e compatíveis à execução dos serviços, de acordo com suas características e vulto.

Em função da praticidade e limpeza da instalação, sugere-se a adoção de containers para abrigar a operação dos serviços. No entanto, caso seja de interesse da EXECUTANTE, poderá ser permitido o uso de barracões em seu lugar, considerando a sua execução com piso em pinho de terceira categoria, paredes em compensado de 10mm, cobertura em telha amianto de 6mm, incluso instalações elétricas e esquadrias, e para Almoxarifado/Depósito, considerando piso em tabuas de madeira, cobertura em fibrocimento 4 mm, incluso piso argamassa traço 1:6 (cimento e areia). O almoxarifado deve ser dividido em seções de acordo com o agrupamento dos serviços previstos. Além disso, deverá ser considerada a instalação de sanitários em quantidade adequada ao corpo de trabalho a ser instalado na obra. Deverá ser considerada a Instalação/Ligação elétrica provisória, de baixa tensão, considerando carga de 3kwh e 20cv.

Nenhuma das instalações poderá afetar a integridade do bem ou agravar os danos por ele já sofridos.

  • Instalação de Placas de identificação: A critério do GERENCIAMENTO e da FISCALIZAÇÃO, em decisão conjunta, além da placa da EXECUTANTE, que deverá atender às exigências do CREA/CAU e da Municipalidade, deverão ser colocadas, às expensas da EXECUTANTE, placas de identificação do Plano de Intervenção, contendo as informações gerais do patrocínio/custeio, fiscalização, gerenciamento e execução, de acordo com os layouts a serem fornecidos pelo GERENCIAMENTO.

As placas de identificação deverão ser alocadas externamente ao tapume ficando visivelmente estabelecida a responsabilidade técnica da obra, bem como os demais dados obrigatórios que devem constar na mesma, segundo modelo a ser fornecido pela FISCALIZAÇÃO.

  • Instalação de Tapumes: A colocação de tapume deverá ser executada conforme as prescrições da NR 18. O edifício tombado deverá ficar isolado do público em todo o seu perímetro por corredor com, no mínimo, 2 metros de largura em relação às estruturas provisórias que vierem a ser instaladas para proteção e escoramento da edificação.

2.      Custeio de corpo técnico-administrativo de obra

A administração dos serviços engloba as atividades decorrentes de sua supervisão, do controle de materiais e mão de obra, além dos serviços abaixo descritos:

A EXECUTANTE deve seguir as prescrições da NBR 7678 -Segurança na execução de obras e serviços de construção e, em particular, se orientar pela lei nº 6514 de 22 de dezembro de 1977 que altera o capítulo V, do título III da CLT.

  • Equipe Técnica-Administrativa: Desta equipe deverão constar tanto profissionais que deverão permanecer lotados permanentemente no canteiro de obras quanto profissionais que se envolverão com o processo por consultoria ou prestação de serviços isolados, a critério do GERENCIAMENTO, sendo previsível a participação dos seguintes:
  • ARQUITETO SÊNIOR COORDENADOR (COM EXPERIÊNCIA COMPROVADA EM

OBRAS DE RESTAURO DE BENS TOMBADOS): programar e supervisionar as atividades das equipes de execução dos serviços e providenciar os recursos (materiais, equipamentos e mão de obra) necessários para a execução das atividades, conforme esse procedimento, no prazo e com qualidade.

  • ENGENHEIRO SÊNIOR  CONSULTOR  (ESPECIALISTA  EM  ESTRUTURAS  DE

CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS): dar suporte ao coordenador de obra nas orientações técnicas necessárias para execução dos procedimentos relativos às estruturas, inclusive no que disser respeito a cálculos estruturais.

ARQUITETO JÚNIOR RESIDENTE (COM EXPERIÊNCIA COMPROVADA EM OBRAS DE

RESTAURO DE BENS TOMBADOS): acompanhar as atividades das equipes de execução dos serviços e prover suporte ao Arquiteto Coordenador.

ARQUEÓLOGO: realizar acompanhamento de procedimentos de escavação eventualmente necessários aos serviços previstos no escopo de trabalho, de modo a salvaguardar eventuais bens arqueológicos existentes no subsolo.

ENGENHEIRO DE SEGURANÇA: coordenar e efetuar análise de projetos a serem implantados, em conjunto com as áreas técnicas, recomendando alterações, visando eliminar ou minimizar riscos de acidentes e doenças ocupacionais, bem como ajustar, acompanhar a execução e relatar não conformidades em relação ao PCMAT e orientar e supervisionar a execução dos serviços objetivando a prevenção de acidentes na obra. Promover a elaboração e divulgação da APR – análise preliminar de riscos, em conjunto com a equipe de execução. Atender aos requisitos de SMS, em conformidade com as definições contratuais.

TÉCNICO DE EDIFICAÇÕES: dar suporte ao arquiteto residente no acompanhamento e supervisão das atividades das equipes de execução dos serviços e realização do controle tecnológico de materiais e do solo.

Elaborar manuais, procedimentos, diagnósticos e relatórios dos processos de qualidade na execução dos serviços, registrando o controle da qualidade em formulários específicos e de acordo com as normas e padrões preestabelecidos.

Acompanhar periodicamente a execução dos serviços e garantir que sejam executados de acordo com os procedimentos elaborados, divulgando-os a todos os envolvidos no processo, considerando a realização de inspeções de modo a evidenciar os resultados nos registros de qualidade (Ficha de Verificação de Serviço).

Interpretar e divulgar os procedimentos executivos para todos os profissionais envolvidos no processo e guardar e arquivar os registros gerados, incluindo-os na elaboração e fechamento de data-book.

MESTRE DE OBRA: Garantir a correta execução dos procedimentos, recomendações de segurança e qualidade em conjunto com a equipe de QSMS. Liderar as equipes de produção na execução dos serviços

ENCARREGADO: fazer cumprir a sistemática definida para os procedimentos dos serviços. Definir o grupo de colaboradores que serão responsáveis pelo manuseio dos materiais e equipamentos aplicáveis a atividade. Com o apoio da equipe, é responsável pela adequação dos procedimentos, respeitando os requisitos relativos ao Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional. Verificar as tarefas a serem realizadas e transmitir a sua equipe. Organizar e acompanhar as atividades dos trabalhadores sob suas ordens, distribuindo, coordenando, orientando e executando as diversas tarefas a executar, visando assegurar o desenvolvimento do processo de execução dos serviços, dentro de prazos, normas e especificações estabelecidas. Utilizar desenhos indicativos e ferramentas adequadas aos trabalhos.

 

A EXECUTANTE manterá na obra uma caixa de primeiros socorros, tendo também um esquema prévio para atendimento de casos mais graves, que compreenderá uma lista de hospitais ou unidades de emergências próximas e também a disponibilidade para transporte dos eventuais acidentados.

Deverá ser mantido na obra “Diário de obras”, que deverá ser preenchido diariamente com as ocorrências e efetivo em exercício para acompanhamento do GERENCIAMENTO e da FISCALIZAÇÃO.

Deverá ser mantida pasta sincronizada em nuvem, suporte GoogleFotos, ou similar, para acompanhamento remoto por parte da FISCALIZAÇÃO, do GERENCIAMENTO e da EXECUTANTE e registro diário e detalhado dos serviços em andamento.

  • Despesas Legais: REGISTRO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (RRT) e ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) DOS SERVIÇOS E PROFISSIONAIS

RESPONSÁVEIS: A EXECUTANTE deverá apresentar ao GERENCIAMENTO, até o Início dos serviços (em no máximo 15 dias após a assinatura do Contrato) os comprovantes de regularização junto aos Órgãos competentes (CREA, CAU, PREFEITURA e etc.). A EXECUTANTE igualmente deverá providenciar o recolhimento das ARTs e/ou RRTs de obra (Anotação de Responsabilidade Técnica/CREA-RJ ou Registro de Responsabilidade Técnica/CAU-RJ) em até 15 dias após a assinatura do Contrato.

 

3.      Manutenção de operação do canteiro de obras (fretes, transportes, insumos de escritório e canteiro, itens de segurança do trabalho)

  • Fretes e transportes de materiais: Contratação eventual de serviço de fretamento de materiais de obra.
  • Custeio de insumos de escritório e canteiro: Aquisição de insumos básicos de consumo cotidiano necessários ao funcionamento do escritório de obras e do
  • Itens de segurança do trabalhador: Com relação à segurança do trabalho, serão obedecidas todas as recomendações contidas na Norma Regulamentadora NR-18, aprovada pela Portaria 3214, de 08.06.78, do Ministério do Trabalho publicada no

D.O.U. de 06.07.78 (Suplemento).

 

4.      Serviços preliminares

  • Sobrecobertura provisória e independente: Embora os panos de telhado do Solar dos Ayrizes possam ser os elementos em melhor estado de conservação da construção, se comparados aos demais, estes já apresentam problemas e já não podem mais ser considerados estanques, permitindo a penetração das águas das chuvas na edificação. Visto que as estruturas (gaiola de madeira e panos de adobe) encontram-se comprometidas, o que não permite adotar a recuperação do telhado como serviço inicial deste processo, será necessária a instalação de sobrecobertura ao longo de toda a edificação. Esta deverá ser composta por estrutura metálica (andaimes metálicos ou perfis em aço) independente da edificação, erguida paralelamente às fachadas e ultrapassando a altura dos beirais, complementada por cobertura de telhas metálicas também isenta de apoios no edifício. A remoção da cobertura somente ocorrerá quando finalizadas as obras de conservação no
  • Escoramentos: Considerando o estado de degradação estrutural da edificação, todo o trabalho de escoramento deverá ser realizado sob a orientação e acompanhamento de profissional especialista em estruturas antigas em madeira e deverão ser executados em duas frentes:
    • Para suporte do barroteamento e dos pisos do nível superior: Deverá ser utilizado preferencialmente sistema de escoramento metálico telescópico, com ajuste fino da altura e “aperto” das peças com cunhas de madeira. Os pontos de contato das escoras com o piso e os elementos de madeira deverão ser feitos com tábuas de madeira. A quantidade e o distanciamento entre as escoras a serem instaladas deverá ser avaliado in loco e caso a caso pelo especialista. A movimentação das peças no interior do edifício e a instalação das escoras deverá ser realizada com o máximo de cautela, evitando-se contatos e impactos desnecessários com os elementos construtivos existentes.
    • Para estabilização da gaiola estrutural e das alvenarias: Deverão ser executadas treliças estruturais em madeira, com dimensionamento e quantidades adequados a cada caso, que deverão ser ancorados em lastros de concreto executadas sobre o solo, interna ou externamente à edificação. Cabe ressaltar que o piso do nível inferior do Solar, atualmente e quase em sua totalidade, é o próprio solo, o que facilitará tal procedimento.

O escoramento da gaiola estrutural no nível superior, quando houver ausência de panos de adobe, poderá ser feito com escoras telescópicas apoiadas sobre o barroteamento do piso deste nível apenas quando este já estiver escorado e for verificada a condição do barrote passível de receber carga.

O escoramento deverá ser realizado a partir dos extremos posteriores das alas esquerda e direita do prédio, áreas mais degradadas e em que já ocorreram colapsos mais sérios. Iniciado em ambos os lados concomitantemente, deverá caminhar para a parte mais central do prédio de maneira cautelosa. O procedimento deverá primar pela sucessão ação-observação, buscando-se identificar o comportamento da estrutura nos momentos seguintes à instalação de cada elemento de escoramento, uma vez que o mero ajuste das escoras pode provocar movimentação dos elementos construtivos.

  • Andaimes: A montagem dos andaimes, desde a sua estrutura de sustentação até a sua fixação, deverá ser feita por profissional habilitado, em plena atenção a NR-18 e NR-35. Deverão ser fornecidos e instalados andaimes tubulares de forma a atingir todos os locais e elementos a trabalhar. A EXECUTANTE obriga-se a manter os andaimes seguros, completos e as peças danificadas dos seus andaimes serão de sua inteira Os andaimes deverão estar apoiados em peças de madeira evitando contato direto com o piso existente. Todo serviço deverá ainda estar de acordo com a NBR 6494/90.

Deverá ser fornecida e instalada passarela de madeira, com largura mínima de 60cm.

Os andaimes têm de ser dimensionados e construídos de modo a suportar, com segurança, as cargas de trabalho a que estarão sujeitos. O piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, não escorregadia, ser nivelado e fixado de modo seguro e resistente. Deverão ser tomadas precauções especiais quando da montagem, desmontagem e movimentação de andaimes próximos às redes elétricas e às fachadas, de modo a não gerar prejuízos a segurança dos operários e a integridade do edifício.

Quando da utilização de andaimes na fachada externa, deverá estar prevista a instalação de tela de proteção, bem como qualquer ajuste necessário ao tapume do canteiro de obras para segurança do público.

Toda a instalação dos andaimes, principalmente no que diz respeito aos pontos de apoio e fixação, deve ser feita de maneira cuidadosa e com acompanhamento e avaliação do GERENCIAMENTO e da FISCALIZAÇÃO de forma detalhada. A montagem de andaime não pode ser realizada sem o prévio aval do GERENCIAMENTO.

A madeira para confecção dos pisos dos andaimes deve ser de primeira qualidade, seca, sem apresentar nós e rachaduras que comprometam a sua resistência e mantida em perfeitas condições de uso e segurança. É proibida a utilização de aparas de madeira em sua confecção. Além disso, os andaimes têm de dispor de sistema de guarda-corpo (de 90cm a 1,2m) e rodapé (de 20cm), inclusive nas cabeceiras, em todo o perímetro, com exceção do lado da face de trabalho, bem como a linha de vida.

É proibido retirar qualquer dispositivo de segurança dos andaimes ou anular sua ação. Não é permitido, sobre o piso de trabalho de andaimes, o apoio a escadas e outros elementos para se atingir lugares mais altos. O acesso aos andaimes só pode ser feito de maneira segura. As plataformas de trabalho terão, no mínimo, 1,2m de largura. Nunca se poderá deixar que pregos ou parafusos fiquem salientes em andaimes de madeira. Não será permitido, sobre as plataformas de andaime, o acúmulo de restos, fragmentos, ferramentas ou outros materiais que possam oferecer algum perigo ou incômodo aos operários.

Os andaimes serão metálicos, tanto do tipo fachadeiro quanto do tipo torre, de acordo com a demanda, e deverão ser instalados cautelosamente, evitando contato com as paredes. Deverão ser estroncados, sem qualquer dano ao monumento, mas

com garantia da segurança dos operários. Na sua estrutura deverá ser fixada proteção de fachada em tela de polipropileno fixada com arame galvanizado, bem como bandeja salva-vidas/coleta de entulhos, com tabua.

4.4.  Proteções

  • Fechamento provisório de vãos: Todos os vãos da edificação voltados para o exterior, com exceção daqueles definidos para serem utilizados como acessos ao seu interior, deverão ser avaliados quanto a sua capacidade de efetivo impedimento de passagem ao interior e, caso necessário, receber fechamento provisório a ser executado em chapas de madeira compensada de 6mm, pintadas, conforme orientação da Fiscalização.
  • Proteção de pisos: Todos os pisos em soalho de madeira deverão, antes e depois da execução dos serviços de manutenção previstos, deverão ser recobertos por lona plástica para proteção.
  • Proteção de bens móveis e integrados: Tais como peças de mobiliário e demais elementos que não forem removidos dos locais onde se realizarão os serviços contratados deverão ser protegidos de modo especial. Essas proteções serão executadas caso a caso, com a orientação do gerenciamento e autorização da FISCALIZAÇÃO, e deverão ser feitas com compensado 12mm, caixas de papelão, lonas plásticas e/ou espuma sintética.

 

  • Limpeza e organização inicial e continuada do canteiro: Inicialmente, o imóvel deverá ter seu interior completamente limpo e higienizado. Todas as intervenções espúrias, a serem apontadas em conjunto pelo GERENCIAMENTO e a FISCALIZAÇÃO, deverão ser cuidadosamente No decorrer da obra, o imóvel e o canteiro deverão ser mantidos limpos constantemente.

Ao término dos serviços, a EXECUTANTE providenciará a limpeza final das áreas de realização dos serviços e outras áreas utilizadas, destacando uma equipe de serventes que executará as operações de limpeza e desobstrução. Os espaços deverão ser entregues completamente limpos, desimpedidos e após a execução dos testes de funcionamento.

O entulho acumulado, em decorrência das operações de limpeza, será retirado dos canteiros de obras à medida que a quantidade justifique o emprego de caminhão. A EXECUTANTE deverá proceder à periódica remoção do entulho e detritos, para que os mesmos não se acumulem no terreno durante a execução da obra. Além disto, a obra deve manter-se em boas condições de visitação pelo fiscal da obra e demais visitantes ou autoridades. Qualquer descarte de materiais (barrotes, forros, tábuas, telhas etc.) deverá ser de conhecimento do GERENCIAMENTO, após anuência da FISCALIZAÇÃO.

A triagem e o descarte dos resíduos da construção deverão seguir as especificações da Resolução nº 307 de 5 de julho de 2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.

O GERENCIAMENTO designará as áreas de acumulação temporária de entulho, em lugares abrigados ou ao tempo, levando em consideração os tipos de materiais descartados.

Quando da realização de serviços nos telhados, o armazenamento e o transporte das telhas retiradas serão realizados de modo a evitar quebras, trincas, contato com substâncias nocivas e outras condições prejudiciais. As telhas serão estocadas em

fileiras, apoiadas umas às outras, em local protegido, de modo a evitar quaisquer danos e condições prejudiciais.

  • Catalogação e armazenamento de elementos soltos: Todo o material solto existente no entorno e no interior do imóvel que possa ser oriundo do bem tombado deverá ser selecionado, e seu descarte como entulho só poderá ocorrer com a aprovação da FISCALIZAÇÃO. As peças que forem selecionadas serão catalogadas e acondicionadas em local apropriado.

 

  1. Imunização contra térmites: Todas as peças em madeira, novas e previamente existentes, passíveis de reaproveitamento, deverão ser tratadas contra o ataque de organismos xilófagos, incluindo aquelas utilizadas no processo de escoramento do edifício.

5.1.  Descupinização e imunização de elementos em madeira, alvenarias e dutos de instalações:

  • Tratamento químico dos batentes, rodapés e pisos de madeira: Este tratamento deverá ser realizado através de pequenos furos com broca de aço rápido, de diâmetro 7/64mm, na face externa dos mesmos para permitir a injeção de solução inseticida à base de solventes orgânicos desodorizados.
  • Tratamento químico dos barrotes, madres e esteios: Este tratamento deverá ser realizado através de pequenos furos com broca de aço rápido, de diâmetro de 7/64 mm, nas suas faces e extremidades em contato com a alvenaria, para permitir a injeção de solução inseticida base Observação importante: A descupinização do barroteamento e das madres do piso térreo, nos locais onde existem forros de madeira e de gesso deverá ser realizado após a remoção destes elementos.
  • Tratamento do altar da capela: Deverá ser tratado com injeção de solução inseticida base solvente orgânico inodoro nas talhas e esculturas dos altares. Deverá ser tratado também o piso sob o altar e sua parte posterior em chapas de compensado.
  • Tratamento dos telhados: Este tratamento deverá ser realizado através de pulverização com solução inseticida nas peças que fizerem parte da estrutura do telhado (tesouras, terças, frechais, cumeeira, caibros, ripas etc.).

5.2.  Imunização do solo por barreira química

  • Tratamento químico do solo externo (barreira química): Este tratamento deverá consistir basicamente na execução de perfurações seriadas no solo, de 30 em 30 cm, para permitir a injeção de solução inseticida base aquosa, com vistas à constituição de barreira química preventiva contra cupins subterrâneos.
  • Tratamento químico das árvores: Este tratamento deverá ser realizado através de valetas feitas em torno das árvores para introdução de solução inseticida. Caso haja ninhos visíveis nas árvores, os mesmos deverão ser retirados.

Todas as madeiras novas a serem introduzidas na obra deverão ser, anterior ou posteriormente à sua instalação, protegidas contra cupim arbóreo.

Para o tratamento contra cupins de madeira seca serão feitos furos com brocas de cerca de 3mm de diâmetro, estrategicamente distribuídos de forma a permitir um tratamento eficiente, mas sem afetar a estética do local a ser tratado. Aproveitar-se-ão também as galerias já existentes derivadas dos cupins. A parte interna dos madeiramentos será tratada por injeção e/ou pulverização com solução inseticida à base de solvente de baixíssimo odor e de grande penetração na madeira.

Os produtos químicos a serem usados no tratamento deverão pertencer aos grupos dos fenilpirazóis (Fipronil) para a solução aquosa de uso externo e interno e Piretróides (deltametrina) para o pó seco inseticida. Todos os princípios ativos são regulamentados pelo INEA através da Norma Técnica 1005 R. 21.

 

6.      Manutenção e reparo de alvenarias e estruturas

As especificações para restauração dos elementos estruturais e das alvenarias e revestimentos do Solar dos Ayrizes deverão ser objeto de estudo específico, a ser desenvolvido durante e após as ações de proteção, escoramento e estabilização do edifício. Será necessária a realização de levantamento pormenorizado da edificação, que deverá ser realizado por modelagem digital, por meio de fotogrametria e/ou laser scanning, com dados processados e transformados em modelo BIM que viabilize análise estrutural minuciosa.

A edificação deverá ainda ser objeto, para desenvolvimento do projeto de restauração, de:

6.1.  Prospecções arquitetônicas e estruturais

  • Revestimentos: o conjunto de vãos emparedados e/ou alterações de dimensão de vãos. Os locais deverão ser acordados entre o GERENCIAMENTO e a FISCALIZAÇÃO, dentro do limite previsto na contratação.
  • Estratigrafias: deverão ser feitas as prospecções pictóricas por meio de janelas estratigráficas em 20 pontos da edificação, conforme acordado entre o GERENCIAMENTO e a FISCALIZAÇÃO, para mapeamento de camadas de pintura existentes. A realização da estratigrafia deverá ser feita por profissional habilitado, utilizando-se luvas, bisturi cirúrgico, algodão e desengordurante (aguarrás mineral, varsol ou similar). A marcação preliminar deverá ser feita a lápis, contemplando retângulos de no mínimo 05cm x 2,5cm para cada camada. O desengordurante deverá ser aplicado camada por camada, por meio de algodão hidrófilo em forma de cotonetes, em palitos de madeira (swab). Caso seja necessário avivar a cor dos substratos encontrados, deverá ser usado o verniz Paraloid B72 (97%), dissolvido em Xilol P.A. (3%).
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