[vc_row][vc_column][vc_column_text]Embora o senso comum possa acreditar que a preservação de patrimônios históricos e culturais diga respeito somente a pinturas, vasos e outras peças de arte não é bem assim. Na verdade, grande parte do patrimônio cultural de um povo é o que se chama de imaterial. Com isso, é natural que surja a dúvida: mas então, como se preservar um patrimônio que não se pode tocar ou guardar? É justamente isso que tentaremos responder neste artigo.
O que é o patrimônio imaterial?
Antes de responder precisamos primeiramente entender que patrimônio cultural é tudo aquilo que se reveste de importância histórica, tradicional e artística para um determinado povo.
O patrimônio cultural expressa um valor único devido a sua ancestralidade. Pode ser tanto bens materiais, como vestimentas, peças de arte, quanto modos e técnicas de fabricação, danças, estilos musicais etc.
Assim, entendemos o patrimônio imaterial como tudo aquilo que se relaciona com o modo de vida, o fazer e a expressão de um determinado grupo social.
Sua importância reside no fato de fazerem parte da memória e da identidade do grupo ou povo e também por isso precisam e devem ser preservadas.
Além disso, existe uma lei federal que trata e classifica os patrimônios imateriais no Brasil, Decreto nº 3.551/2000 . De acordo com a lei, alguns patrimônios imateriais são:
– Saberes. Tanto ofícios, quanto modos de fazer.
– Celebrações. Rituais e festas, como por exemplo as quermesses.
– Expressões como manifestações literárias e musicais.
– Mercados, feiras, santuários etc, onde existam atuações culturais coletivas.
Então, como conservar o patrimônio imaterial
Para entendermos como se conserva e se preserva um patrimônio imaterial, primeiramente, precisamos compreender que, a princípio, ele é transmitido de geração a geração.
Por exemplo, a festa junina, todo ano quando chega a época, os pais e avós levam filhos e netos para apreciarem as comidas, participarem das brincadeiras, ou seja, para vivenciarem o evento.
Assim, quando os filhos e netos têm seus próprios filhos e netos, estes também são levados como na geração anterior.
No entanto, nem sempre esse movimento geracional é suficiente para garantir a sobrevivência e perpetuação de um patrimônio imaterial. Acontece com frequência de gerações não se interessarem em dar continuidade à tradição levando-a até mesmo a sumir.
Um exemplo disso é a Festa de Reis, que em algumas gerações passadas era comemorada em muitos locais ao longo de todo o país, mas que porém perdeu muito de sua força ao longo das últimas décadas, deixando de ser festejada em diversos locais.
Um outro exemplo, é a dança conhecida como jongo e que há poucas décadas esteve também a ponto de desaparecer quando pesquisadores e interessados fizeram um movimento de resgate e retomada da expressão tradicional dos afrodescendentes, resgatando a cultura e mantendo-a viva.
Nesse último exemplo, é possível observar a ação dos pesquisadores e dos agentes culturais e multiplicadores que se mobilizam para resgatar e revitalizar patrimônios imateriais.
Assim, podemos dizer que a conservação do patrimônio imaterial tanto acontece de forma orgânica, ou seja, passando naturalmente de geração a geração, como também de forma consciente quando pesquisadores e a sociedade mobilizada entendem a importância do patrimônio e se mobilizam para preservá-lo.
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