Nascido em 1794, João de Deus de Castro Lobo foi um dos principais compositores mineiros da primeira metade do século 19. O compositor ficou reconhecido pelas músicas religiosas nas regiões de Vila Rica e Mariana.
Oriundo de uma família afro-brasileira, João de Deus de Castro Lobo nasceu na cidade mineira de Vila Rica, no dia 16 de março de 1794. Filho de Quitéria da Costa e Silva e do músico Gabriel de Castro Lobo, o compositor teve contato com a música desde cedo.
Vida de João de Deus de Castro Lobo
De acordo com pesquisadores, João de Deus de Castro Lobo deu início às atividades musicais ainda com o pai e irmãos. Aos 16 anos de idade, no ano de 1811, João já atuava como diretor de uma orquestra com 16 músicos na Casa de Ópera de Vila Rica — que abriga atualmente o Teatro Municipal de Ouro Preto.
Ainda em Vila Rica, João de Deus de Castro Lobo tornou-se professor de música na Irmandade de Santa Cecília de Vila Rica, em 1815, antes de iniciar as atividades como músico da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Vila Rica, entre 1817 e 1823.
Em 1822, João de Deus foi ordenado padre pela Ordem de São Pedro. Em 1824, o compositor mudou-se em definitivo para Mariana, onde exerceu sacerdócio e virou mestre-de-capela, além de compor músicas para festividades locais.
O músico faleceu em Mariana, no dia 26 de janeiro de 1832, aos 37 anos de idade, vítima de uma doença chamada de “ética”. Na época, a nomenclatura podia se referir tanto à sífilis quanto à tuberculose.
Obra de João de Deus de Castro Lobo
De acordo com os registros históricos, João de Deus de Castro Lobo possui 40 obras catalogadas como autoria possível ou provável. Entre as que mais se destacam, estão a Missa em Ré Maior, Missa a 8 Vozes, Matinas de Natal, o Credo em Fá Maior e os Seis Responsórios Fúnebres. No sexto responsório fúnebre, destaca-se o trecho: “Não te lembres dos meus pecados, ó Senhor, quando vieres julgar os povos através do fogo. Conduz, ó Senhor meu Deus, para a tua presença o meu caminho”.
Influenciado pela ópera italiana, o compositor incorporou o classicismo e o romantismo ás suas obras. As composições do músico foram utilizadas continuamente em Mariana até o início do século 20.
Os autógrafos musicais de João de Deus de Castro Lobo nunca chegaram até o conhecimento dos historiadores. O reconhecimento das músicas do compositor foi realizado apenas por apógrafos e cópias de tradição, a maioria datando da segunda metade do século 19 e primeira metade do século 20.
Entre as principais teses para o desaparecimento dos autógrafos do músico está o medo do contágio pela doença que vitimou o compositor. Como não existia um tratamento — ou mesmo um conhecimento sobre a forma de transmissão — da “ética”, pesquisadores cogitam a hipótese que todo o arquivo e material musical de João de Deus de Castro tenham sido destruídos por medo de contágio.
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