[vc_row][vc_column][vc_column_text]Marcado por improvisação, swing e mistura de ritmos, o Jazz surgiu no final do século 19 nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova Orleans, tendo como matriz principal a cultura africana.
Com o dia a dia atribulado em serviços de escravidão, os negros recém-retirados de variadas regiões africanas para a América do Norte tinham como refúgio a música, entoada por meio de cânticos coletivos.
Diretamente do Blues, o Jazz apropriou-se da famosa “blue note”, nota semitonada característica que trazia uma sensação mais melancólica à música. Em suas primeiras formações, o estilo musical trazia:
– Clarineta;
– Corneta ou trompete;
– Contrabaixo;
– Guitarra;
– Trombone;
– Bateria;
– E até banjo.
Contexto histórico e origens
Com a abolição da escravatura nos EUA, em 1863, estes indivíduos puderam, mesmo que minimamente, incluir-se na sociedade. Foi assim que, com uma maior aproximação com instrumentos ocidentais, uma combinação de ritmos, culturas e sons surgiu. Neste momento, o Blues, que já vinha carregado de origens negras, se tornou um dos principais alicerces do Jazz.
Este último herdava ainda uma influência das reuniões religiosas negras, como no caso das igrejas frequentadas majoritariamente por afro americanos, cuja participação da plateia era, e ainda é, nos dias de hoje, fundamental para a maneira de tocar dos músicos. Batidas de pés e mãos, e até vocalizações, reverberavam dos solos improvisados ao timing dos acordes.
A criação da Lei Seca, a qual proibia a venda e consumo de álcool nos Estados Unidos, que vigorou entre anos 1920 e 1930, resultou na criação de speaksies, espaços especialmente voltados à comercialização ilegal de bebida alcoólica e, por conseguinte, à música.
Tais estabelecimentos foram essenciais para propagação do Jazz que, em decorrência disso, ganhou um estereótipo de estilo imoral.
Chegada aos lares americanos
Entretanto, mesmo assim, durante esta mesma época foi que o Jazz caiu no gosto de diferentes localidades do país, ganhando, inclusive, espaço entre os membros da elite americana, anteriormente muito mais avessos a qualquer criação que envolvesse a negritude.
Após a Primeira Guerra Mundial, percebeu-se o potencial do Jazz, o qual foi introduzido, finalmente, à indústria do show business.
Cinema, rádio, teatro e shows passaram a contar com a presença avassaladora do estilo musical. Além disso, um grande responsável pela popularização do Jazz foi a indústria dos discos, transformando aparelhos de som nos principais artefatos domésticos dos americanos.
Chicago e Nova York, por sua vez, configuraram-se como importantes receptores e difusores da música para o resto do país. O público? Espectadores, músicos em potencial e migrantes negros em busca de melhores condições de vida. Entre eles, os trompetistas Louis Armstrong e Bix Beiderbeck e o pianista Fletcher Henderson, vanguardistas do ramo que levaram o Jazz à cultura americana.
Importante destacar, entretanto, que após a abolição veio ainda a segregação racial, a qual se perpetuou até o final dos anos 1960. Mesmos moradores de lares brancos que consumiam o Blues e o Jazz, com óbvia e indiscutível influência negra, eram aqueles que consentiam com espaços exclusivos para “pessoas de cor”, tais como banheiros, assentos de ônibus e até estabelecimentos comerciais.
Sucesso no mundo
Com a chegada de orquestras de Jazz sinfônico nos anos 1930, grandes bandas começaram a surgir, bem como as primeiras formações com músicos brancos e negros no mesmo palco. Em 16 de janeiro de 1938, houve o primeiro concerto de Jazz da história no Teatro Carnegie Hall, em Nova York. A partir daí, barreiras raciais e geográficas também foram rompidas.
No Brasil, a chegada do Jazz originou bandas com ritmos altamente similares aos dos Estados Unidos, trazendo consigo precursores como Severino Araújo e Zimbo Trio. Já no final da década de 1950, surge a Bossa Nova, carregada de improvisos, liberdade e criatividade característicos do Jazz.
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