Esgotamento de recursos, aquecimento global, poluição, são alguns elementos do cenário atual que vão na contramão do conceito de desenvolvimento sustentável.

Apesar de ser um conceito bastante amplo, mas é possível definir o desenvolvimento sustentável, em linhas gerais, como o desenvolvimento que permite o suprimento das necessidades da geração atual sem que a capacidade de atendimento da necessidade das gerações futuras seja comprometida.

No Brasil a pauta do desenvolvimento sustentável é largamente discutida, o país já foi sede das conferências mais importantes da história sobre o tema: a Rio 92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) e a Rio 20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável).

O objetivo dos eventos foi reafirmar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável, e durante a Rio 20, o conceito de desenvolvimento sustentável foi consolidado em suas 3 dimensões: social, econômica e ambiental.

Atualmente, o desenvolvimento sustentável é orientado principalmente pela Agenda 2030, um plano global desenvolvido pela ONU em 2015 que definiu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas que visam erradicar a pobreza e oferecer condições de uma vida digna a todos, sem comprometer as gerações futuras. Para cumprir os objetivos definidos pela Agenda 2030, o Brasil precisará lidar com diversos obstáculos. Destacamos aqui os que representam os maiores desafios.

As consequências da revolução verde

Movimento iniciado no México que chegou ao Brasil durante o período da ditadura militar (entre as décadas de 1960 e 1970), a chamada Revolução Verde foi um período de intenso investimento na criação e aprimoramento de novas técnicas agrícolas.

O resultado foi o aumento expressivo da produção, porém, as consequências do período perduram até hoje. Desmatamento massivo, utilização de agrotóxicos que contaminam solos e rios transformando negativamente os ecossistemas, e a expulsão dos pequenos produtores (o que aumentou o êxodo rural e, consequentemente, as populações periféricas) são as principais consequências.

Atualmente, a agricultura não possui seu foco totalmente voltado para a produção, mas há uma cultura de sustentabilidade imergindo. Entretanto, ainda há um caminho longo para reverter o cenário criado pela Revolução Verde.

A crise sanitária do novo coronavírus

Não há dúvidas de que o advento da pandemia do novo coronavírus mudou drasticamente todas as áreas e tarefas. Tal mudança radical tem impactos sensíveis no alcance das metas de desenvolvimento sustentável definidas pela ONU em 2015.

No âmbito da saúde pública, destacamos a superlotação hospitalar, escassez de insumos e interrupção de atendimentos não relacionados à covid-19. Nota-se também um grande aumento dos problemas de saúde mental.

O acesso à educação, por sua vez, tornou-se ainda mais difícil. O ensino a distância trouxe grande prejuízo ao aprendizado de crianças e adolescentes em idade escolar, uma vez que houve a necessidade de uma adaptação brusca do ensino presencial para o remoto. Ademais, o acesso à internet, computadores, tablets e celulares não é uma unanimidade entre os alunos, muitos dos quais não tem condições de assistir às aulas.

Além desses desafios, o Brasil ainda precisa lidar com outros inúmeros obstáculos como saneamento básico escasso (o que facilita o contágio pelo novo coronavírus), aumento da incidência de violência doméstica, crise econômica e desemprego.

Os impactos da pandemia ainda não são todos conhecidos. Mas não restam dúvidas de que há muito trabalho pela frente.

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