Ao longo da Guerra do Vietnã, promovida pelos EUA e a antiga União Soviética, o mundo recém-saído da segunda-guerra mundial vivia a constante tensão de uma escalada nos conflitos armados ao redor do mundo.
Dessa maneira, em diversos países de maneira simultânea, movimentos políticos e sociais surgiram para se contrapor à violência ou até mesmo apresentar uma nova visão de mundo. A música, uma das artes que carrega as máximas expressões emocionais, foi o veículo para esses pensamentos.
O lendário festival de Woodstock, na Califórnia, é um marco nesse sentido. No entanto, o Brasil não ficou para trás. O tropicalismo era a nossa versão desses movimentos renovadores que pipocavam no hemisfério norte. Venha conferir tudo sobre esse movimento cultural!
O que foi o tropicalismo?
A música, por muito tempo, foi uma arte privada destinada às elites. Os ritmos que eram considerados inferiores, ficavam relegados aos conjuntos habitacionais e regiões menos favorecidas do país.
O tropicalismo, ou tropicália, surgiu no final dos anos 1960, após a instauração da ditadura militar no Brasil, unindo elementos da erudita Bossa Nova, com os populares rock, dance, pop, samba e um certo visual psicodélico.
Era uma maneira de aproximar essa arte das camadas sociais consideradas inferiores na época, tanto é que naquele momento não era sequer considerado um movimento cultural. Seus maiores expoentes são conhecidos até hoje, como Elza Soares, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa.
O nome surge com a obra “Tropicália” de Hélio Oiticica, exposto na cidade do Rio de Janeiro, que consistia em um labirinto de areia onde o expectador entrava em contato com a cultura Brasileira. Na mesma época, Caetano Veloso estava se preparando para lançar um disco, e sem nome para a obra, observando as semelhanças com o labirinto de Oiticica, deu esse nome ao álbum, que mais tarde passou a representar todo o movimento.
Quais são as características principais?
Influenciado pelo movimento literário da poesia concreta, as letras de canções que estão no tropicalismo, obrigatoriamente passavam por um processo estético. Deveriam ser bonitas e complexas não apenas em sentido, mas também de modo visual.
As letras, na maior parte das vezes, carregam significados distintos do uso cotidiano, que eram revelados apenas pelo contexto. A música Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, a palavra “flor” era, na verdade, uma alusão à paz.
Os figurinos desses artistas eram repletos de cores, formas com uma ponta psicodélica. Miguel de Almeida, autor da biografia do grupo Secos & Molhados, afirma que a tropicália era composta por um movimento jovem e hippie, que se encontrava principalmente em universidades, mas estavam espalhados por toda a sociedade.
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A tropicália foi expoente nesse período justamente por ter um tom de deboche e subversão, que muitas vezes colocou os artistas em uma saia justa com o regime. Ou seja, ajudou a criar essa corrente de pensamento que coloca arte e política como complementares, e não mais excludentes.
Esse pensamento persiste até hoje e não possui uma previsão para o seu fim.
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