Compositor, escritor e médico brasileiro, Aldir Blanc nos deixou aos 73 anos devido às complicações do Covid-19, em maio de 2020. Entretanto, ficou sua vasta contribuição para a Música Popular Brasileira (MPB) e na literatura.
Quem foi Aldir Blanc?
Carioca, nascido em 2 de setembro de 1946, no Rio de Janeiro, Aldir Blanc Mendes era filho único de Dona Helena e Seu Alceu.
Desde novo, acompanhava o primo mais velho que frequentava a quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, a qual se tornou sua escola do coração.
A relação com a música
Sua relação com a música começou a ser mais forte na década de 1960. Aos 16 anos aprendeu a tocar bateria, um pouco depois, fundou o grupo Rio Bossa Trio que, tempo depois, passou a ter mais um integrante: Sílvio da Silva. O grupo então passou a se chamar GB-4 e sua primeira parceria musical foi com “A noite, a maré e o amor”.
Nesta década, em 1965, ele também iniciava os estudos na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Com a faculdade, seguiu conciliando suas parcerias musicais e participando de festivais, como o Festival Internacional da Canção e o Festival Universitário da Música Popular Brasileira.
Já formado em medicina e com especialização em psiquiatria, em 1972, Aldir e o músico João Bosco conseguiram mostrar algumas das suas composições para Elis Regina. Ela, por sua vez, gostou de “Bala com Bala” e a canção foi parar no LP “Elis”.
Após a cantora firmar parceria com Aldir, ela gravou cerca de 20 músicas da dupla. No disco, “Essa Mulher”, entrou a composição deles que passou a se tornar uma das mais conhecidas: “O Bêbado e a Equilibrista” – ficou marcada por ficar virar um “hino informal” no período da anistia e declínio da Ditadura Militar no Brasil.
Vários outros artistas puderam receber as contribuições das composições e melodias da dupla: a cantora Simone, violinista Guinga, o sambista Moacyr Luz, Fafá de Belém com ‘’Coração do Agreste’’ e tema da novela Tieta da Rede Globo, a voz de Nana Caymmi em “Resposta ao Tempo”, “A Viagem” para a novela com o mesmo nome, gravada pelo Roupa Nova, entre tantas outras.
Na literatura
Além de compor músicas, cantar, ser médico-psiquiatra, Aldir Blanc também escrevia contos, poemas, e obras voltadas à literatura infantil. Entretanto, se dedicava muito ao criar crônicas. Com elas, ganhou ainda mais destaque.
A inspiração para elas era sua vida no subúrbio carioca e escrevia para jornais e revistas como, por exemplo, Última Hora, O Pasquim e o “Homem”.
As crônicas ganharam espaço nos livros, entre eles: Um cara bacana na 19ª, O gabinete do doutor Blanc, Vila Isabel: inventário da infância, Rua dos Artistas e arredores e Porta de tinturaria.
Sua importância para o Brasil
Aldir Blanc contribuiu e muito para a música no Brasil, principalmente para o Choro Jazz. Deixou mais de 500 composições e fez parcerias com vários artistas do país. Dedicou-se à literatura e medicina e mostrou seu talento ao escrever temas profundos que passam desde ao cotidiano até os mais densos e políticos.
Certamente será sempre lembrado como um dos maiores nomes não só da música brasileira, mas também da cultura brasileira.
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