Cantar em conjunto é uma prática social tão antiga que supostamente surgiu junto com o ser humano assim que ele começou a se reunir em bandos. Na Grécia antiga o coral era associado ao teatro grego. Quem participa afirma que a prática melhora o ouvido musical, a técnica vocal, além de enriquecer a cultura geral.

Para a maioria das pessoas, o canto coral pode parecer simplesmente juntar pessoas para cantar, mas não é exatamente assim. Nos encontros são desenvolvidos técnicas, repertórios e estilos – e tudo isso acontecendo naturalmente.

Canto coral x Canto conjunto

Cantar em conjunto ou reunir os amigos para cantar não é o mesmo que formar um coral. A composição do coral é diferente e exige algumas especificidades. Para começar, o objetivo do coral é executar as vozes em harmonia, exigindo uma combinação de notas diferentes entre as vozes, fazendo acordes. É isso que faz do coral uma experiência inebriante ouvir a combinação das vozes experimentando ao mesmo tempo os efeitos sonoros que elas proporcionam.

Cantar em coral causa um efeito sinestésico, porque o próprio nome “coral” lembra cores. É como se a cada combinação harmônica dos acordes executados pelas vozes pudesse refletir um efeito colorido sonoro. Os efeitos sinestésicos são assim, mexem com mais de uma área: audição, visão, olfato e paladar.

A importância para a sociabilidade

A música é uma necessidade e, de todas as artes, é que possui maior capacidade de gerar o sentimento de irmandade entre os homens. O canto em coral ajuda muito os tímidos a socializarem e os integrantes a criarem laços de amizade, consideração e respeito entre si.

Cada um precisa exercer o seu papel em favorecimento da coletividade resultando na harmonia perfeita.

Aquele que participa da atividade do canto em coral treina sua capacidade de prestar atenção e melhora a própria audição. Só aquele que percebe o que está acontecendo a sua volta com atenção é capaz de saber o tom, o tempo e o timbre certo da música.

Toda essa dinâmica da participação em coral é benéfica para quem participa. Ele se vê engajado em um grupo, fazendo parte de algo significativo e belo. Além de aprender as técnicas relacionadas a arte do canto coral, estará desenvolvendo sua sociabilidade facilitando suas relações dentro e fora dessa atividade.

Aprender música

O canto coral ensina a música, pois para cantar é preciso aprender sobre ritmo, timbre e voz. Alguns coros ensinam partituras para serem acompanhadas ao longo da música. Na música ocidental podemos encontrar um coro misto com vozes de homens, mulheres e crianças, as quais compõem quatro naipes: Baixos, Tenores, Contraltos e Sopranos, podendo incluir algumas vozes intermediárias como: Barítono e Mezzo-soprano mais frequentemente chamadas de 2º Tenor e 2º Soprano, respectivamente.

Cantar com outras pessoas desenvolve a musicalidade, difere de estudar música a sós. Algo surpreendente acontece sempre que um grupo canta em perfeito uníssono. É uma verdadeira emoção ver a harmonia sendo dividida entre as vozes. Sendo a capella ou com uma orquestra, ao reunir os apaixonados pela música algo especial sempre acontece.

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A arte, de maneira geral, é uma maneira eficiente de ajudar pessoas de todas as idades e em todas as condições, e com as nossas crianças isso não é diferente, ainda mais quando estamos falando da música.

Mesmo em famílias que se encontram em uma vulnerabilidade social, as diversas melodias que existem possuem um papel muito importante no desenvolvimento dos pequenos, e é sobre isso que vamos conversar, a partir de agora.

O que é vulnerabilidade social

Por definição, quem está em uma situação de “vulnerabilidade social”, está perdendo a sua representatividade na sociedade, frequentemente dependendo de auxílios de terceiros para poder sobreviver.

Ou seja, são aqueles que têm poucos recursos financeiros, de moradia, de educação e de acesso às oportunidades necessárias para o seu desenvolvimento pessoal, enquanto cidadão.

Como a música pode ajudar as crianças

Agora que sabemos o que é “vulnerabilidade social”, podemos ser mais diretos e te contar exatamente em que, a música pode ajudar as crianças que estão nessa situação socioeconômica.

Ajuda na alfabetização e na dicção

O primeiro ponto é ajudá-las a aprender a ler, já que as canções são feitas de diversos sons, que são produzidos em sequência, estimulando a criança a ler o que estão ouvindo e cantando, ajudando a entender o significado daquelas palavras.

Além disso, também vai ajudar na sua dicção, principalmente por serem instigadas a falar letras de vários autores de épocas diferentes, aumentando seu vocabulário de forma lúdica e natural.

Melhora a socialização

Por não ter barreiras de idade, ou seja, não há uma idade mínima para que a criança tenha contato com ela, a música vai ajudar a criar laços com os colegas de classe, juntando todos e sem distinguir credo ou cor, deixando todos em pé de igualdade.

Claro que conflitos vão surgir, mas esse também é um jeito de desenvolver a empatia entre os pequenos, assim como um espírito de cooperação, que vai ajudá-los a ultrapassar os obstáculos como uma equipe.

Vale ressaltar que, para aqueles que são mais tímidos e/ou inseguros, as canções também têm papel fundamental, principalmente por lhes dar mais possibilidades de expressarem suas emoções e vontades, ajudando na sua formação de personalidade.

Melhora a concentração

É muito fácil se distrair nos dias de hoje, com tanta tecnologia e informação à nossa volta, mas a música tem o dom de sensibilizar até os mais novos, prendendo a sua atenção sem a necessidade de impor isso a eles, ajudando a se concentrar e a desenvolver esse lado.

Seja para decorar uma parte da letra, ou para lembrar quando deve fazer um solo em um instrumento, por exemplo, elas devem se focar e concentrar, para que consigam executar bem a sua função.

Todos estes pontos vão ajudar as crianças, em vulnerabilidade social, a buscar algo melhor para o seu futuro, mas sem tirar o lado lúdico e infantil que essa fase da vida exige.

São experiências que exercitam o cérebro, contribuindo para que o seu desenvolvimento seja melhor e mais orgânico, dando “armas” que serão importantes em seu futuro.

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