O que significa “cantar à capela”?

Muito popular nos dias de hoje, o canto à capela é uma técnica musical que utiliza apenas a voz humana para executar composições, sem o auxílio de instrumentos musicais ou de recursos tecnológicos para modificar a qualidade vocal. Apesar do elevado grau de dificuldade, o resultado é belíssimo: encanta corações e toca os sentidos.

Como surgiu o canto à capela?

O canto “à capela”, ou “a capela” sem o uso da crase, vem do italiano, e quer dizer “cantar à moda da capela”. O nome revela muito sobre as origens da técnica musical, que foi desenvolvida pelos monges e membros do clérigo católico para as liturgias religiosas – apesar de também haver indícios da uma vertente bizantina nos rituais da igreja ortodoxa, outra muçulmana e outra judaica nas sinagogas.

Enquanto nas grandes catedrais, o coro era geralmente acompanhado por um imponente órgão central, nas pequenas capelas criou-se a tradição do canto baseado somente na voz humana. Por isso, a expressão “cantar a capela”, ou da forma que se cantava nas pequenas igrejas e espaços reduzidos.

O estilo surgiu na Europa e alguns relatos históricos apontam que as primeiras composições polifônicas utilizando a técnica contavam com o acompanhamento de um instrumento musical. Um exemplo clássico de música à capela deste período (e que ainda é popular) é o canto gregoriano.

Apesar da origem religiosa, compositores como Johann Sebastian Bach e Wolfgang Amadeus Mozart criaram diversas obras nesse estilo, como por exemplo a “Missa em Si Menor” (BWV 232) de Bach. Mas o grande destaque das composições foi mesmo Giovanni Pierluigi da Palestrina, que desenvolveu inclusive o estilo Palestrina de música à capela.

Enquanto as produções dos templos, igrejas e sinagogas são chamadas de canto religioso ou canto sagrado, o estilo independente de credo é conhecido por música secular. Como exemplo desta última tem-se os madrigais, uma forma de canto secular a capela muito comum no período medieval e renascentista que, em oposição à música sacra, abordava temas profanos como o amor, a paixão e a bebida com amigos.

Atualmente os cantos à capela fazem parte da rotina de diversas religiões cristãs, como católicos, batistas, menonitas, entre outros. Mas a técnica não é exclusivamente ocidental, pois há séculos templos judeus e muçulmanos também utilizam músicas à capela em suas celebrações.

Voz e imitação de instrumentos musicais

A despeito das raízes religiosas, esse estilo tem feito muito sucesso nas últimas décadas, principalmente com a incorporação de novos elementos, como a percussão vocal e a interpretação de melodias pop à moda da capela.

Mantendo a característica de contar somente com a voz humana, músicos modernos imitam o som de instrumentos para complementar performances. São cantores com muita habilidade que, sem utilizar playback ou outros artifícios tecnológicos, reproduzem perfeitamente as notas musicais da bateria, do baixo, do violão, do naipe dos metais e mesmo de efeitos eletrônicos dos DJs.

O beatbox, por exemplo, é um estilo de canto à capela bastante recente e difundido, que surgiu nos guetos dos Estados Unidos em meados dos anos 1980 e tornou-se popular na cena hip-hop mundial.

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Breve história do naipe de cordas

Os instrumentos que utilizam a vibração das cordas para emitir sons acompanham a humanidade há milênios e têm um papel de destaque na história (e na atualidade) da música clássica. Por isso, no texto de hoje vamos contar um pouco mais da trajetória destes instrumentos musicais, suas características e funções.

Voltando no tempo

Quando pensamos em instrumentos de cordas, normalmente vem à cabeça o violão, o violino e talvez um cello. Mas todos esses são criações recentes, desenvolvidas no final do período medieval.

Os primeiros relatos históricos de instrumentos cujo som era emitido pela fricção ou toque de cordas tensionadas remete aos 30 a 15 mil anos a.C.: o arco musical. Ainda rudimentar, a peça era formada por um arco curvo, normalmente de madeira, com as duas extremidades ligadas por uma corda. Um exemplo muito semelhante e ainda popular nos dias de hoje é o berimbau.

E quando o assunto é cordas dedilhadas, o artefato mais antigo é de 26 mil anos a.C: as liras e as harpas. Estes instrumentos fizeram parte de diversas culturas antigas, sendo retratados na arte e pintura mesopotâmica, egípcia e grega.

Já o alaúde, também citado em referências de diversas civilizações desde o período antigo até o renascentista, é considerado o “pai” da viola que, por sua vez, é a “mãe” do violino. A Itália foi o berço do desenvolvimento de toda a família do violino – como ele próprio, a viola, o violoncelo e o contrabaixo, em meados do século XV e XVI.

Ainda no período barroco, a Europa viu florescer as orquestras e os concertos musicais. Mas foi no período clássico, a partir do século XVIII, que o violino, ou melhor, o primeiro-violino (também chamado de Spalla), tomou o lugar do cravo e tornou-se o regente das orquestras.

Afinal, quais são (e como se dividem) os instrumentos de corda?

Diversos instrumentos utilizam as cordas para emitir música e eles são divididos em três categorias: a família das cordas friccionadas, a das cordas dedilhadas e a das cordas percutidas.

Na primeira, o som resulta principalmente do atrito do arco com as cordas, a exemplo dos violinos, da viola, da rabeca, do armontino e do cello. Na segunda, é o dedilhar dos dedos ou das palhetas que extrai a música, como no violão, na guitarra, no alaúde, no baixo, no bandolim, no cavaquinho, na cítara, na harpa e no ukulelê. Por fim, na terceira categoria, o som é emitido quando as cordas são percutidas, como no piano, no cravo e no berimbau.

Além dessa classificação, há uma enorme diferença no tamanho dos instrumentos. Isso ocorre porque quanto maior, mais grave é o som que emite (e vice-versa). Por isso, como o violino é o menor instrumento da sua família, é também o que produz o som mais agudo, seguido da viola, do violoncelo e do contrabaixo.

Na orquestra, os violinos ainda são divididos em duas vozes, os primeiros e os segundos violinos, e localizam-se logo à esquerda do maestro. Já a viola fica à frente do regente, o cello à direita e o contrabaixo logo atrás do violoncelo.

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Conheça 6 grandes mulheres compositoras da música erudita

Grandes nomes da música clássica, como Beethoven, Mozart e Bach, são citados com frequência nos meios de comunicação – inclusive já escrevemos sobre eles em outro artigo. Além disso, suas obras são interpretadas nas casas de ópera mais renomadas do mundo. Mas o que poucas pessoas conhecem são nomes femininos de grandes e talentosas compositoras eruditas.

Apesar da presença expressiva nas orquestras, nos coros, na pesquisa musical, na docência e na regência, as mulheres não são tão estudadas quando o assunto é composição de música clássica. Por isso, preparamos uma seleção com 6 grandes compositoras que influenciaram a música desde a Idade Média.

#1 HILDEGARD VON BILGEN (1098-1179)

Um dos nomes mais conhecidos do universo feminino na música erudita e o único da era medieval, Hildegard von Bilgen compôs aproximadamente 70 obras. Foi uma monja beneditina alemã, além de mestra do Mosteiro de Rupertsberg, teóloga, compositora, naturalista, poetisa e dramaturga. Viveu na Europa, no século XI e uma de suas obras mais conhecidas é o belíssimo “Ordo Virtutum”, que narra o drama de uma alma contra o Demônio e em busca da redenção. De forma geral, sua produção enquadra-se no gênero do canto gregoriano.

#2 FRANCESCA CACCINI (1587-1640)

O segundo nome da nossa lista nasceu na Itália, mais precisamente na cidade de Florença, e era a filha do grande compositor renascentista Giulio Caccini. Apesar da enorme influência que a compositora exerceu na música europeia do século XVI, poucas de suas obras sobreviveram ao tempo. O trabalho intitulado “La Liberazione di Ruggiero” destaca-se por ser considerada a primeira ópera criada por uma mulher na história.

#3 BARBARA STROZZI (1619-1677)

Outra italiana filha de artistas, Barbara Strozzi viveu em Veneza e foi introduzida na música pelo pai adotivo Giulio Strozzi. No século XVII, ela desenvolveu uma música vocal secular e escreveu obras principalmente para soprano. Um dos trabalhos mais conhecidos até hoje se chama “Sino Alla Morte”.

#4 CLARA SCHUMANN (1819-1896)

Filha de músicos, Clara Wieck foi iniciada no piano durante a infância e na adolescência começou a atuar profissionalmente nos palcos europeus, tendo escrito seu “Concerto para Piano” aos 14 anos de idade.

Clara já era famosa quando se casou com o renomado compositor Robert Schumann e adotou o sobrenome dele. Apesar da produtiva parceria entre os dois, a pianista sofreu com as obrigações da vida familiar, como as 8 gestações e a criação dos filhos, o que abalou o seu trabalho na música. Com o passar dos anos, inclusive, quase perdeu total confiança na sua capacidade e talento.

Após a morte do marido, a célebre pianista voltou a dedicar-se à carreira e, quando faleceu aos 76 anos, detinha enorme prestígio e uma trajetória profissional de seis décadas.

#5 AMY BEACH (1867-1944)

Foi a primeira compositora a alcançar o sucesso nos Estados Unidos. O talento de Amy foi notado ainda na infância quando, aos 4 anos de idade, já tocava obras de compositores clássicos. Na juventude, estudou no conservatório em Boston e apresentou-se em teatros da cidade, nos quais foi aclamada.

Quando se casou, a distinta pianista limitou suas apresentações em um recital por ano, voltando com força total após ficar viúva em 1910. Sua primeira composição de sucesso foi “Mass em Mi bemol maior”, e “Gaelic Symphony” foi a primeira sinfonia composta por uma mulher norte-americana.

#6 ETHEL SMYTH (1858-1944)

Compositora britânica, Ethel integrou o grupo das sufragistas que lutou pelos direitos civis e políticos das mulheres. A obra “The March of the Women” tornou-se, inclusive, o hino do movimento.

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